sexta-feira, 28 de março de 2008

Lembranças...

O AMOR NUNCA PARTE

Um amor nunca parte. Ficam os cheiros, os hábitos, os livros repletos de suas pálpebras, a solidão acompanhada. Um amor nunca parte. Fica o delírio do corpo a espera das mãos, o delírio do copo sem espera nenhuma, fica a ausência da embriaguez que se queria sua. Um amor nunca parte, fica o seu perfume povoando todos os lugares, sendo todos os lugares, residindo na pele da alma, perfumando o tom da voz, dando cheiro ao corpo da ausência. O cheiro do amor é algo insuperável, onipresente, é algo insinuante. É uma existência tão dentro que não sabemos nossa.
Na memória poética, fica a doçura do olhar, a ternura das mãos, o choro mansinho, o sorriso brotado quando triste. Ficam na pele os atalhos que suas mãos construíram e que não mais levam ao prazer.Um amor nunca morre, ele nasci em outro lugar da nossa alma. Um amor nunca parte inteiro porque nunca esteve pleno, foi sonho mesmo o real lhe acontecendo.O amor e sua partida vieram do mesmo ventre. O amor existe do jeito que sonha; sua partida existe do jeito que doe.
Alessandro Palmeira

De tão lindo esse poema, autoria do meu amigo "Sandrinho", acabei roubando e guardando... Logo hoje que acordei com saudades de outrora, se é telepatia eu não sei, talvez "deja vú" telepático (se é que isso existe), mas sempre ao ler algo publicado por ele vejo que é justamente o que eu tava pensando no exato momento que resolvi escrever. Engraçado isso...
Mas voltando ao assunto principal - as lembranças - quantas... não dá pra falar de todas, mas dá pra resumir tudo numa única palavra: SAUDADE.
Eu sempre repito: - Nunca me arrependo do que faço!
E não me arrependo mesmo, é sério. Já fiz, é porque quiz fazer e não é da conta de ninguém. É triste se arrepender do que não se faz, ou porque não pôde, ou porque não teve coragem, ou porque era insuficiente maduro, entre outras coisas, as causas não importam, o ruim é carregar esse peso nas costas. E a temível pergunta: - E se eu tivesse feito? O que teria mudado? Será que seria o que sou hoje?

Bom mas já que não se fez, não adianta chorar pelo leite derramado. Temos que conviver com o presente como se ele fosse o futuro. como se as conseqüências de nossos atos já fossem reais.

E como diz Palmeira, o amor nunca parte, ele fica presente em nossos atos, em nossas lembranças, é como se ontem se trasformasse em hoje e o amanhã não existisse. Entre devaneios nos damos conta de que ele nunca parte, nunca morre, apenas adormece.

2 comentários:

Alessandro Palmeira disse...

Tua sensibilidade me comove, deveras. És artista e tua alma evidencia isso em cada momento do teu poético acontecer. Beijos ainda alquímicos.

Alessandro Palmeira disse...

Pipa, achei tua foto extremamente poética, mesmo ou porque, repleta de tristeza. A tristeza não estava em você, você estava na tristeza. Você não estava triste, a tristeza te estava.